O filme de hoje é um filme denso, mas muito bom, e tem como tema algo tão delicado quanto raro de ser tratado no cinema: a Depressão Pós-Parto.
A atriz Susane Wolff é Rebecca, que, na faixa dos 30 anos, espera seu primeiro filho ao lado do marido, Julian (Johann von Bülow). Apesar de a gravidez ser desejada, logo no parto, percebemos que algo está errado: pela reação de Rebecca, percebemos que ela não está conseguindo se vincular com seu bebê, Lukas. Rebecca não consegue amamentar, ela tem crises de choro, não entende o que está acontecendo, e ninguém ao seu redor consegue notar que ela está doente. Com a falta de diagnóstico (o que é extremamente comum em casos de depressão pós-parto), Rebecca vai se sentindo cada vez mais desamparada, pois o marido Julian passa o dia todo fora, e ela sente que não tem ninguém com quem contar.
Rebecca, em um momento, esquece Lukas em um ponto de ônibus, e ao se lembrar, sai correndo para buscá-lo, desesperada. Nesse momento, o julgamento dos outros é muito forte: Como pode uma mãe esquecer-se do filho, como pode uma mãe não amar seu filho? Como pode uma mãe sequer ter um pensamento de raiva contra seu filho? O tabu do ódio aos filhos, como algo que jamais pudesse ser sentido.
E é sobre isso que esse filme vai tratar, sobre o tabu da parentalidade. E é difícil pensar nisso. Difícil, mas algo que precisa ser pensado. Com certeza um filme para ser visto, revisto e muito a ser pensado!
Apesar de ter muitas cenas que são consideradas “difíceis” e “pesadas”, aqui vai um SPOILER: tudo fica bem no final ok? E de uma maneira muito bem trabalhada! Vale a pena!
Frase Marcante: "Mas você não o fez."
O Estranho em mim – “Das Fremde in mir” – Alemanha - 2008
Direção – Emily Atef
Trailer (sem legendas):
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